Algumas ações são necessárias para que o programa de compliance seja bem-sucedido (ou efetivo). A organização deve comunicar quais regras e diretrizes são aplicáveis ao seu melhor desempenho. Muitas organizações possuem políticas e procedimentos que necessitam de atualização e revisão e, quando isso acontece, a percepção dos indivíduos é de que aquelas regras e procedimentos não cabem no dia a dia que enfrentam. Nesse caso, os indivíduos perdem o respeito pelas normas e começam a ignorar as regras e procedimentos, ou simplesmente escolhem quais das regras serão observadas.
Da mesma forma, a imposição drástica e rigorosa das regras e procedimentos de um programa de compliance pode ser ineficiente. Quando os indivíduos se sentem restringidos e impossibilitados de fazer seus próprios julgamentos sobre o que é certo ou errado, acabam se distanciando, desengajando-se do todo que é a organização e atuando de forma individual. O risco de desengajamento é que os indivíduos param de se questionar sobre como resolver o problema. De forma geral, pessoas com medo e que não buscam o novo tendem a impedir a melhor performance da empresa. Normalmente, líderes querem que seus colaboradores estejam motivados e assumam as responsabilidades por suas ações.
De acordo com o estudo publicado pelo Ethics & Compliance Initiative, a má conduta envolve o comportamento contínuo e permanente de indivíduos, em vez de incidentes isolados e únicos. O estudo aponta que mais de um quarto (26%) das más condutas observadas representam um padrão contínuo de comportamento. Outros 41% dizem que o comportamento foi repetido,pelo menos, uma segunda vez. Apenas 33% das quebras de regras representam um incidente isolado. O estudo conclui que a cultura organizacional possui um impacto maior do que os programas formais de ética e compliance.
Todos nós já passamos por situações em que normas sociais ou normas de grupos são previsíveis e vão de encontro com comportamento esperado da empresa, da sociedade, de amigos ou até da família. Mas o que determina qual comportamento é aceitável? É condizente com o esperado? Uma vez sabendo a resposta para essa pergunta, como alinhar as normas com as regras de comportamento esperadas? Ainda: como fazer com que as pessoas sigam as regras? Como fazer com que colaboradores façam escolhas éticas, mesmo diante de alta pressão?
O fato é que ética e compliance são complementares. Um programa de compliance bem-sucedido necessita direcionar as influências de comportamento que determinarão se os indivíduos aceitarão ou não seguir as regras estabelecidas. E, do outro lado,um programa de ética que não esteja expressa e claramente vinculado a regras e diretrizes específicas corre o risco de ser abstrato e vago demais para as atividades cotidianas da empresa.A implantação eficiente, assim, envolve avaliação e verificação das seguintes metas/resultados:
– O programa apresenta os sete elementos implantados?
– A cultura da organização está correta/adequada?
-Existe consciência e percepção por parte dos funcionários, executivos, conselho e stakeholders?
– Você está continuamente avaliando a efetividade/adequação do programa?
Até o próximo artigo!